domingo, 27 de setembro de 2015

Dos limões que a vida nos dá


Não é possível ver tanta notícia ruim e fechar os olhos e ouvidos como se tudo isso fosse o normal, porque normal é o que não é mesmo!!! Tem notícia tão estarrecedora que é até difícil de acreditar.À medida que vou lendo o noticiário, vou me arrepiando e vai me dando um embrulho no estômago. Dificilmente consigo ler até o final. Se for na TV, fico seriamente tentada a mudar de canal. O pior é que ...



esse tipo de notícia parece que não tem fim. Uma história vai trazendo outra, depois outra, depois outra ...

Uma coisa é certeza: pra quem sente prazer em ver desgraça, é um prato cheio e, pra quem trabalha com isso, não falta matéria-prima.
Os cineastas de plantão nem precisam mais fazer tanto esforço em suas mentes criativas. Os absurdos mais absurdos desfilam livremente na passarela do noticiário da TV ou estão piscando em letreiros quase luminosos nas manchetes dos jornais ou nos portais de notícias da internet.

A maldade anda por aí, à solta, sem a menor cerimônia. 
Notícia ruim, sempre existiu; crimes hediondos, também não são privilégio dos dias de hoje. Na verdade, existem desde que o mundo é mundo.  Entretanto, acho que andam exagerando na dose de violência e insanidade; sem contar que os diversos canais de comunicação da atualidade ajudam a propagar a notícia com mais intensidade e velocidade.

Na verdade o que observamos são inúmeras pessoas, tocadas pela essência da maldade, que se revoltam e se inflam de ódio e não mais enxergam seus semelhantes, não reconhecem familiares, amigos, colegas, vizinhos, ninguém. Todas as demais pessoas são considerados estranhos, inimigos, adversários, empecilhos para o quer que seja. Não há respeito algum pela figura humana, e assim, a vida tem sido banalizada, dizimada em cada esquina.

Sabemos que há muitas turbulências sociais, políticas, religiosas pelo mundo afora. De certo modo, há uma infinidade de possíveis causas para esses conflitos: inveja, ódio, ganância, intolerância, preconceito, poder, miséria, arrogância, soberba e tantas outras.

Mas, não seria, fundamentalmente, falta de amor?



Falo de amor no sentido amplo, que abrange respeito, tolerância, compaixão. O amor pelo ente querido, e também o amor pelo desconhecido, pelo diferente, mas, sobretudo o amor dirigido ao semelhante.
Quando esses valores estão bem sedimentados na formação da nossa personalidade, o convívio social torna-se mais fácil, mais tranquilo, mais leve,  mais afável, mais respeitoso.



A impressão que tenho é que a nuvem de terror escancarada lá naquele inesquecível dia 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, parece  ainda não ter se dissipado. E o pior, parece que cada fragmento de poeira, semente de ódio e maldade, se espalhou pelo mundo afora.

As possíveis motivações para toda essa barbárie que temos visto ultimamente não estão restritas apenas a questões polêmicas e controversas que existem desde que o mundo é mundo, como a luta racial, as diferenças religiosas e o emaranhado de poder político e econômico que existe por trás disso.




Há alguns anos, quando tomávamos conhecimento de um massacre, uma chacina, um ato de terrorismo, o pano de fundo era uma guerra. 
Aqui no Brasil, tudo isso parecia bem distante da nossa realidade.
Entretanto, a internet e as redes sociais resultaram em velozes e furiosas lentes de aumento para esses episódios e, por isso, tudo parece estar acontecendo muito próximo de nós, e não é só impressão, não! Realmente a violência está aqui ao redor, em qualquer esquina.
Quantos de nós, infelizmente, já vivenciamos momentos terríveis assim, não é mesmo?

Ir a um estádio de futebol, assistir a um jogo normal do campeonato, pode ser uma ida sem volta. Como se não bastasse a rivalidade exacerbada, lamentavelmente tão frequente entre torcidas, há ainda o perigo de um vaso sanitário sair voando e atingir a cabeça de algum torcedor.  Parece uma cena extraída de um filme de ficção, mas é a mais pura realidade, que aconteceu em Recife no ano passado.
Gente, pelo amor de Deus! Que mal há em ir assistir a uma partida de futebol? Há algo errado em torcer pelo time de sua preferência e ficar feliz ou não com o resultado de uma simples partida de futebol, depois ir em busca do transporte para chegar em casa?
Isso deveria ser uma atividade lúdica, prazerosa, um lazer, entretanto, nos dias de hoje, é quase ir em busca da morte. Lamentavelmente, foi isso que aconteceu para o jovem Paulo Gomes, de 26 anos,, ao sair do estádio do Arruda em Recife.
Quando alguém poderia imaginar que,  por pura maldade, uma pessoa poderia arrancar um vaso sanitário do piso e arremessá-lo lá do alto, como quem atira uma bolinha de papel ?
Fico mal até hoje ao relembrar essa tragédia.

Os sentimentos e amarguras das pessoas parecem não mais caber dentro de cada um. 
A fúria é tanta, que pessoas assim, completamente fora de si, precisam atingir outras pessoas para aliviar a tensão. Será?



Você deve estar lembrado do episódio que ocorreu em março de 2015, quando um copiloto, Andreas Lubitz, 27 anos,  assumiu o comando da aeronave e, intencionalmente, aproveitando-se da ausência momentânea do piloto, derrubou o avião nos Alpes Franceses, matando cerca de 150 pessoas. Uma mente incontestavelmente desequilibrada, mas, sobretudo, perversa e cruel.

Do mesmo modo, ficamos aterrorizados, em novembro de 1999, ao ver no noticiário brasileiro o episódio em que um jovem chamado Mateus da Costa Meira, de 24 anos, fortemente armado, invade uma sessão de cinema, e ali mesmo, no escuro da sala, enquanto todos assistiam ao filme, disparou na direção da plateia, causando pânico, terror e morte. Foi no Shopping Morumbi, em Sâo Paulo.
É muito provável que você já tenha visto uma cena dessas nas telas do cinema ou no noticiário americano, onde costuma ocorrer, mas surpreendente e inacreditavelmente, aconteceu aqui no Brasil.

Lamentavelmente, não somente as boas ações e bons exemplos são copiados nesse mundo globalizado. As más influências também vão ganhando adeptos ao redor do mundo.

Não me deixa mentir a chacina ocorrida na escola de Realengo no Rio de Janeiro em abril de 2011, ocasião em que um jovem de 23 anos, chamado Wellington Menezes de Oliveira, sem antecedentes criminais, invadiu a escola, portando armas e fez inúmeros disparos contras as crianças que assistiam às aulas. O resultado disso: 11 adolescentes mortos e 13 feridos, todos com idade entre 12 e 14 anos. Segundo o noticiário, o assassino foi atingido por um disparo feito por um policial e em seguida suicidou-se.
Nunca saberemos o que se passava na cabeça daquele jovem insano. Ele também tinha sido aluno daquela unidade escolar; teria percorrido aqueles mesmos corredores, entrado por aquelas salas e possivelmente assistido a muitas aulas como tantas outras crianças. Que lições teria aprendido e levado para sua vida? Por que cometeria um ato tão cruel assim?

O problema frequentemente não se resume à uma determinada pessoa; é preciso entender o contexto.
Sabemos que a família é uma fonte extremamente importante na formação do indivíduo. A falta dela ou a existência de conflitos e desajustes muito colaboram para a desestruturação emocional de uma pessoa. Dificuldades sempre existirão, mas é preciso força para suplantá-las.



Ainda sobre os noticiários, observamos que há muito que se fazer para revitalizar os valores e as estruturas familiares.
São tantas as atrocidades cometidas em relações familiares onde deveria tão somente haver amor. Infelizmente há muitos pais e mães que sequer merecem ser assim mencionados. A realidade é tão dura!



Quando poderíamos imaginar que assistiríamos todos os dias na TV histórias aterrorizantes e nada fictícias, onde as crianças são sempre as vítimas e os vilões, reis da maldade, são papéis exercidos por pais, mães, padrastos, madrastas?

Impossível esquecer o caso de Isabella Nardoni, de 5 anos, que foi encontrada morta, após ter sido arremessada pela janela do apartamento no 6º andar do prédio onde morava em São Paulo, sendo acusados pelo crime ocorrido em março de 2008, o próprio pai da menina, e também a madrasta.

Em abril de 2014, um menino de 11 anos foi assassinato no Rio Grande do Sul, com uma injeção letal. Os suspeitos pelo crime são o pai e a madrasta. Nesse caso, um agravante: a criança havia pedido ajuda ao juizado, meses antes, alegando que sofria maus tratos e que não queria mais morar com o pai e madrasta.

Em novembro de 2014, em Fortaleza, morreu o menino Lewdo Bezerra de 9 anos, envenenado pela própria mãe, ao tomar um sorvete, no qual ela havia colocado substância tóxica. De acordo com o noticiário, a criança era autista e a mãe forjou a cena do crime para incriminar o pai da criança.

Há alguns dias, em São Paulo, um menino chamado Ezra, de aproximadamente 5 anos, foi encontrado morto dentro de um freezer, em sua própria casa. A mãe juntamente com o padrasto foram vistos no aeroporto, embarcando para a África, como se nada tivesse acontecido.

Como imaginar pais e mães tão cruéis?







Todos nós precisamos aprender a conviver com as frustrações do dia-a-dia. Não dá para termos tudo que queremos, do jeito que queremos, na hora em que queremos, simplesmente porque não somos donos do mundo; não somos a majestade das majestades.
Muitas dessas vivências aparentemente bobinhas e despretensiosas que nos são apresentadas desde a infância, vão dando robustez ao nosso caráter e assim vamos aprendendo a ser tolerantes, pacientes e a enxergar que existe sempre um outro lado da moeda, existem vários ângulos para se observar a mesma paisagem, várias perspectivas para compreender uma mesma história. Assim aprendemos sobre limites.
Aprendemos a respeitar o outro e assim a nos respeitar.
Esse é um ponto primordial na educação de crianças. 



Como pais, tendemos a querer saciar todos os desejos de nossas crianças, queremos satisfazer as vontades deles, que nem sempre são necessidades, e assim, mesmo que não seja essa a nossa intenção, vamos fortalecendo em nossas crianças uma sensação de poder ilimitado, do tipo “tudo que quero, eu posso”, ao ponto de causar transtornos imensos no contato direto com as dificuldades da vida.
Precisamos aprender a dizer “não”. Precisamos aprender a ouvir “não”.
Saber lidar com as frustrações é algo extremamente importante, pois permite que a pessoa procure novas trajetórias, busque melhorias para se fortalecer e consiga seguir seu caminho pela vida.


Não aceitar as frustrações é o mesmo que não perceber que ainda não é a nossa vez.
Aprender a conviver com essas coisas e saber se comportar na “fila da vida” sinalizará o grau de adaptabilidade e de flexibilidade comportamental de uma pessoa, característica essa também conhecida como resiliência.

Precisamos fazer alguma coisa!
Precisamos valorizar os laços familiares!

Precisamos cultuar e disseminar os valores fundamentais para uma convivência harmoniosa em sociedade:

RESPEITO 

TOLERÂNCIA 

COMPAIXÃO 

SOLIDARIEDADE 

AMOR


Trabalhando como formiguinhas, podemos contribuir para uma vida mais feliz.


Como?
Dando um passo de cada vez. Melhorando a convivência ao nosso redor e incentivando outras pessoas a fazerem o mesmo. Boas práticas de tolerância e respeito vivenciadas diariamente proporcionarão dias de mais felicidade e satisfação.

Poder transitar livremente pelos vários grupos sociais aos quais estamos vinculados permite-nos experimentar a sensação  de amar e sermos amados, de como é importante querer bem e também sermos queridos e bem-vindos, independentemente de onde estejamos, quer seja família, trabalho, escola, clube, igreja, grêmio esportivo, etc,





É como se estivéssemos regando as plantinhas do nosso jardim todos os dias, e recebendo delas, em troca, o viço de suas folhas verdinhas e o perfume de suas flores.

É como se recebêssemos toneladas de limões e saíssemos distribuindo limonada docinha e geladinha para aplacar a sede de todos que encontrássemos pelo caminho.                         


Eu sei, eu sei! Diante de tantos crimes e tragédias às vezes sentimos desânimo e muita tristeza.
Mas é aí que devemos mudar a direção do nosso olhar  e fazermos, sim, a diferença no ambiente em que vivemos. Nada de fraquejar! É para isso que existem fé e coragem! 
Hora de arregaçar as mangas!








Quanto mais disseminarmos bons pensamentos, bons exemplos, atitudes do bem, atos solidários e lições de convivência pacífica e respeitosa, estaremos incentivando outras pessoas a percorrerem esse mesmo caminho.

Temos que ter a consciência de que há uma longa estrada para fazer um mundo melhor, mas que pequenas ações podem se tornar grandiosas quando somadas, compartilhadas.

Como você pode observar, ao longo da construção desse texto fui colhendo ensinamentos de grandes mestres do bem:

Jesus

Chico Xavier

Dalai Lama

Nelson Mandela


Eles ajudam-nos a compreender tudo isso, e se não podemos mudar o que já ocorreu, podemos pelo menos tentar começar de um novo jeito.

E olha quanta limonada boa é possível fazer, não é mesmo?

Sejamos, pois, pequenos elos nessa grande corrente do bem!




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2 comentários:

  1. Ildete querida, que texto lindo, tão bem construído não apenas nas palavras, mas especialmente nos ensinamentos que partiram delas! Faço minhas todas as tuas aflições... Sabe, li em algum lugar que João Evangelista, o "discípulo que Jesus amava" viveu uma vida muito longa, cercado por seus próprios discípulos e que, quando já estava bem velhinho, o único ensino que ele repetia incessantemente era:"Meus filhinhos, que vos ameis uns aos outros...". Melhor resumo da doutrina do Cristo não poderia haver e se apenas essa regra fosse seguida pela espécie humana, este mundo já seria o paraíso, não precisaríamos esperar pelo pós vida prá chegarmos lá... Um beijo e fica com Deus, minha amiga querida.

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    1. Rosa, fico grata pelo nosso encontro virtual. Sou eu quem agradeço suas doces palavras. Dessa reflexão, espero poder lembrar a todos que tiverem a chance de ler esse texto, que sempre é possível fazer algo para melhorar a vida do outro, amenizar o sofrimento, semear o amor, embora tenhamos a sensação de que somos meras formiguinhas. Somos formiguinhas grandiosas, filhas de Deus! Beijos em seu coração.

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