Não é possível ver tanta notícia ruim e
fechar os olhos e ouvidos como se tudo isso fosse o normal, porque normal é o
que não é mesmo!!! Tem notícia tão
estarrecedora que é até difícil de acreditar.À medida que vou lendo o noticiário, vou me arrepiando
e vai me dando um embrulho no estômago. Dificilmente consigo ler até o
final. Se for na TV, fico seriamente tentada a mudar de canal. O pior é que ...
esse tipo de notícia parece
que não tem fim. Uma história vai trazendo outra, depois outra, depois
outra ...
Uma coisa é certeza: pra quem sente prazer
em ver desgraça, é um prato cheio e, pra quem trabalha com isso, não falta
matéria-prima.
Os cineastas de plantão nem precisam mais
fazer tanto esforço em suas mentes criativas. Os absurdos mais absurdos
desfilam livremente na passarela do noticiário da TV ou estão piscando em
letreiros quase luminosos nas manchetes dos jornais ou nos portais de notícias
da internet.
A maldade anda por aí, à solta, sem a menor cerimônia.
Notícia ruim, sempre existiu; crimes
hediondos, também não são privilégio dos dias de hoje. Na verdade, existem
desde que o mundo é mundo. Entretanto,
acho que andam exagerando na dose de violência e insanidade; sem contar que os
diversos canais de comunicação da atualidade ajudam a propagar a notícia com
mais intensidade e velocidade.
Na verdade o que observamos são inúmeras
pessoas, tocadas pela essência da maldade, que se revoltam e se inflam de ódio
e não mais enxergam seus semelhantes, não reconhecem familiares, amigos, colegas,
vizinhos, ninguém. Todas as demais pessoas são considerados estranhos,
inimigos, adversários, empecilhos para o quer que seja. Não há respeito algum
pela figura humana, e assim, a vida tem sido banalizada, dizimada em cada
esquina.
Sabemos que há muitas turbulências
sociais, políticas, religiosas pelo mundo afora. De certo modo, há uma
infinidade de possíveis causas para esses conflitos: inveja, ódio, ganância,
intolerância, preconceito, poder, miséria, arrogância, soberba e tantas outras.
Mas, não seria, fundamentalmente, falta de amor?
Falo de amor no sentido amplo, que abrange
respeito, tolerância, compaixão. O amor pelo ente querido, e também o amor pelo
desconhecido, pelo diferente, mas, sobretudo o amor dirigido ao semelhante.
Quando esses valores estão bem
sedimentados na formação da nossa personalidade, o convívio social torna-se
mais fácil, mais tranquilo, mais leve,
mais afável, mais respeitoso.
A impressão que tenho é que a nuvem de
terror escancarada lá naquele inesquecível dia 11 de setembro de 2001 nos
Estados Unidos, parece ainda não ter se
dissipado. E o pior, parece que cada fragmento de poeira, semente de ódio e
maldade, se espalhou pelo mundo afora.
As possíveis motivações para toda essa
barbárie que temos visto ultimamente não estão restritas apenas a questões
polêmicas e controversas que existem desde que o mundo é mundo, como a luta
racial, as diferenças religiosas e o emaranhado de poder político e econômico
que existe por trás disso.
Há alguns anos, quando tomávamos
conhecimento de um massacre, uma chacina, um ato de terrorismo, o pano de fundo
era uma guerra.
Aqui no Brasil, tudo isso parecia bem distante da nossa
realidade.
Entretanto, a internet e as redes sociais
resultaram em velozes e furiosas lentes de aumento para esses episódios e, por
isso, tudo parece estar acontecendo muito próximo de nós, e não é só impressão,
não! Realmente a violência está aqui ao redor, em qualquer esquina.
Quantos de nós, infelizmente, já vivenciamos
momentos terríveis assim, não é mesmo?
Ir a um estádio de futebol, assistir a um
jogo normal do campeonato, pode ser uma ida sem volta. Como se não bastasse a
rivalidade exacerbada, lamentavelmente tão frequente entre torcidas, há ainda o
perigo de um vaso sanitário sair voando e atingir a cabeça de algum
torcedor. Parece uma cena extraída de um
filme de ficção, mas é a mais pura realidade, que aconteceu em Recife no ano
passado.
Gente, pelo amor de Deus! Que mal há em ir
assistir a uma partida de futebol? Há algo errado em torcer pelo time de sua
preferência e ficar feliz ou não com o resultado de uma simples partida de
futebol, depois ir em busca do transporte para chegar em casa?
Isso deveria ser uma atividade lúdica,
prazerosa, um lazer, entretanto, nos dias de hoje, é quase ir em busca da
morte. Lamentavelmente, foi isso que aconteceu para o jovem Paulo Gomes, de 26
anos,, ao sair do estádio do Arruda em Recife.
Quando alguém poderia imaginar que, por pura maldade, uma pessoa poderia arrancar
um vaso sanitário do piso e arremessá-lo lá do alto, como quem atira uma bolinha
de papel ?
Fico mal até hoje ao relembrar essa
tragédia.
Os sentimentos e amarguras das pessoas
parecem não mais caber dentro de cada um.
A fúria é tanta, que pessoas assim, completamente fora de si, precisam atingir
outras pessoas para aliviar a tensão. Será?
Você deve estar lembrado do episódio que
ocorreu em março de 2015, quando um copiloto, Andreas Lubitz, 27 anos, assumiu o comando da aeronave e, intencionalmente,
aproveitando-se da ausência momentânea do piloto, derrubou o avião nos Alpes
Franceses, matando cerca de 150 pessoas. Uma mente incontestavelmente
desequilibrada, mas, sobretudo, perversa e cruel.
Do mesmo modo, ficamos aterrorizados, em
novembro de 1999, ao ver no noticiário brasileiro o episódio em que um jovem
chamado Mateus da Costa Meira, de 24 anos, fortemente armado, invade uma
sessão de cinema, e ali mesmo, no escuro da sala, enquanto todos assistiam ao
filme, disparou na direção da plateia, causando pânico, terror e morte. Foi no
Shopping Morumbi, em Sâo Paulo.
É muito provável que você já tenha visto
uma cena dessas nas telas do cinema ou no noticiário americano, onde costuma
ocorrer, mas surpreendente e inacreditavelmente, aconteceu aqui no Brasil.
Lamentavelmente, não somente as boas ações e bons exemplos
são copiados nesse mundo globalizado. As más influências também vão ganhando
adeptos ao redor do mundo.
Não me deixa mentir a chacina ocorrida na
escola de Realengo no Rio de Janeiro em abril de 2011, ocasião em que um jovem
de 23 anos, chamado Wellington Menezes de Oliveira, sem antecedentes criminais,
invadiu a escola, portando armas e fez inúmeros disparos contras as crianças
que assistiam às aulas. O resultado disso: 11 adolescentes mortos e 13 feridos,
todos com idade entre 12 e 14 anos. Segundo o noticiário, o assassino foi
atingido por um disparo feito por um policial e em seguida suicidou-se.
Nunca saberemos o que se passava na cabeça
daquele jovem insano. Ele também tinha sido aluno daquela unidade escolar; teria
percorrido aqueles mesmos corredores, entrado por aquelas salas e possivelmente
assistido a muitas aulas como tantas outras crianças. Que lições teria
aprendido e levado para sua vida? Por que cometeria um ato tão cruel assim?
O problema frequentemente não se resume à
uma determinada pessoa; é preciso entender o contexto.
Sabemos que a família é uma fonte
extremamente importante na formação do indivíduo. A falta dela ou a existência
de conflitos e desajustes muito colaboram para a desestruturação emocional de
uma pessoa. Dificuldades sempre existirão, mas é preciso força para
suplantá-las.
Ainda sobre os noticiários, observamos que
há muito que se fazer para revitalizar os valores e as estruturas familiares.
São tantas as atrocidades cometidas em
relações familiares onde deveria tão somente haver amor. Infelizmente há muitos
pais e mães que sequer merecem ser assim mencionados. A realidade é tão dura!
Quando poderíamos imaginar que
assistiríamos todos os dias na TV histórias aterrorizantes e nada fictícias,
onde as crianças são sempre as vítimas e os vilões, reis da maldade, são papéis
exercidos por pais, mães, padrastos, madrastas?
Impossível esquecer o caso de Isabella
Nardoni, de 5 anos, que foi encontrada morta, após ter sido arremessada pela
janela do apartamento no 6º andar do prédio onde morava em São Paulo, sendo
acusados pelo crime ocorrido em março de 2008, o próprio pai da menina, e
também a madrasta.
Em abril de 2014, um menino de 11 anos foi
assassinato no Rio Grande do Sul, com uma injeção letal. Os suspeitos pelo
crime são o pai e a madrasta. Nesse caso, um agravante: a criança havia pedido
ajuda ao juizado, meses antes, alegando que sofria maus tratos e que não queria
mais morar com o pai e madrasta.
Em novembro de 2014, em Fortaleza, morreu
o menino Lewdo Bezerra de 9 anos, envenenado pela própria mãe, ao tomar um
sorvete, no qual ela havia colocado substância tóxica. De acordo com o
noticiário, a criança era autista e a mãe forjou a cena do crime para
incriminar o pai da criança.
Há alguns dias, em São Paulo, um menino chamado
Ezra, de aproximadamente 5 anos, foi encontrado morto dentro de um freezer, em
sua própria casa. A mãe juntamente com o padrasto foram vistos no aeroporto,
embarcando para a África, como se nada tivesse acontecido.
Como imaginar pais e mães tão cruéis?
Todos nós precisamos aprender a conviver
com as frustrações do dia-a-dia. Não dá para termos tudo que queremos, do jeito
que queremos, na hora em que queremos, simplesmente porque não somos donos do
mundo; não somos a majestade das majestades.
Muitas dessas vivências aparentemente
bobinhas e despretensiosas que nos são apresentadas desde a infância, vão dando
robustez ao nosso caráter e assim vamos aprendendo a ser tolerantes, pacientes
e a enxergar que existe sempre um outro lado da moeda, existem vários ângulos
para se observar a mesma paisagem, várias perspectivas para compreender uma
mesma história. Assim aprendemos sobre limites.
Aprendemos a respeitar o outro e assim a
nos respeitar.
Esse é um ponto primordial na educação de
crianças.
Como pais, tendemos a querer saciar todos os desejos de nossas
crianças, queremos satisfazer as vontades deles, que nem sempre são
necessidades, e assim, mesmo que não seja essa a nossa intenção, vamos
fortalecendo em nossas crianças uma sensação de poder ilimitado, do tipo “tudo
que quero, eu posso”, ao ponto de causar transtornos imensos no contato direto
com as dificuldades da vida.
Precisamos aprender a dizer “não”.
Precisamos aprender a ouvir “não”.
Saber lidar com as frustrações é algo extremamente
importante, pois permite que a pessoa procure novas trajetórias, busque
melhorias para se fortalecer e consiga seguir seu caminho pela vida.
Não aceitar as frustrações é o mesmo que
não perceber que ainda não é a nossa vez.
Aprender a conviver com essas coisas e
saber se comportar na “fila da vida” sinalizará o grau de adaptabilidade e de flexibilidade
comportamental de uma pessoa, característica essa também conhecida como resiliência.
Precisamos fazer alguma coisa!
Precisamos valorizar os laços familiares!
Precisamos cultuar e disseminar os valores fundamentais para uma convivência harmoniosa em sociedade:
RESPEITO
TOLERÂNCIA
COMPAIXÃO
SOLIDARIEDADE
AMOR
Trabalhando como formiguinhas, podemos contribuir para uma vida mais feliz.
Como?
Dando um passo de cada vez. Melhorando a convivência ao nosso redor e incentivando outras pessoas a fazerem o mesmo. Boas práticas de tolerância e respeito
vivenciadas diariamente proporcionarão dias de mais felicidade e satisfação.
Poder transitar livremente pelos vários grupos sociais aos quais estamos vinculados permite-nos experimentar a sensação de amar e sermos amados, de como é importante querer bem e também sermos queridos e bem-vindos, independentemente de onde estejamos, quer seja família, trabalho, escola, clube, igreja, grêmio esportivo, etc,
É como se estivéssemos regando as
plantinhas do nosso jardim todos os dias, e recebendo delas, em troca, o viço
de suas folhas verdinhas e o perfume de suas flores.
É como se recebêssemos toneladas de limões
e saíssemos distribuindo limonada docinha e geladinha para aplacar a sede de
todos que encontrássemos pelo caminho.
Eu sei, eu sei! Diante de tantos crimes e tragédias às vezes sentimos desânimo e muita tristeza.
Mas é aí que devemos mudar a direção do nosso olhar e fazermos, sim, a diferença no ambiente em que vivemos. Nada de fraquejar! É para isso que existem fé e coragem!
Mas é aí que devemos mudar a direção do nosso olhar e fazermos, sim, a diferença no ambiente em que vivemos. Nada de fraquejar! É para isso que existem fé e coragem!
Hora de arregaçar as mangas!
Quanto mais disseminarmos bons
pensamentos, bons exemplos, atitudes do bem, atos solidários e lições de
convivência pacífica e respeitosa, estaremos incentivando outras pessoas a percorrerem esse mesmo caminho.
Temos que ter a consciência de que há uma
longa estrada para fazer um mundo melhor, mas que pequenas ações podem se
tornar grandiosas quando somadas, compartilhadas.
Como você pode observar, ao longo da construção desse texto fui colhendo ensinamentos de grandes mestres do bem:
Jesus
Chico Xavier
Dalai Lama
Nelson Mandela
Eles ajudam-nos a compreender tudo isso, e se não podemos mudar o que já ocorreu, podemos pelo menos tentar começar de um novo jeito.
E olha quanta limonada boa é possível fazer, não é mesmo?
Sejamos, pois, pequenos elos
nessa grande corrente do bem!
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Ildete querida, que texto lindo, tão bem construído não apenas nas palavras, mas especialmente nos ensinamentos que partiram delas! Faço minhas todas as tuas aflições... Sabe, li em algum lugar que João Evangelista, o "discípulo que Jesus amava" viveu uma vida muito longa, cercado por seus próprios discípulos e que, quando já estava bem velhinho, o único ensino que ele repetia incessantemente era:"Meus filhinhos, que vos ameis uns aos outros...". Melhor resumo da doutrina do Cristo não poderia haver e se apenas essa regra fosse seguida pela espécie humana, este mundo já seria o paraíso, não precisaríamos esperar pelo pós vida prá chegarmos lá... Um beijo e fica com Deus, minha amiga querida.
ResponderExcluirRosa, fico grata pelo nosso encontro virtual. Sou eu quem agradeço suas doces palavras. Dessa reflexão, espero poder lembrar a todos que tiverem a chance de ler esse texto, que sempre é possível fazer algo para melhorar a vida do outro, amenizar o sofrimento, semear o amor, embora tenhamos a sensação de que somos meras formiguinhas. Somos formiguinhas grandiosas, filhas de Deus! Beijos em seu coração.
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