sexta-feira, 13 de abril de 2018

Uma vida em harmonia

As relações humanas são quase sempre complicadas. 
Os pensamentos normalmente precedem as atitudes, mas, mesmo assim, quanta coisa é feita sem pensar! 
As palavras são facilmente proferidas e as atitudes exigem uma dose a mais de ousadia e coragem.
Entretanto, nem sempre discurso e prática estão alinhados.
Muitas vezes, o discurso caminha na direção norte e a prática ...

... fica lá longe, na direção sul. Contudo, mais dia, menos dia, a verdade aparece.
Os verdadeiros sentimentos sempre vêm à tona e, nesse momento, não há cortina que disfarce.

Essa conversa está muito alinhada com o que vemos no noticiário político, ultimamente, mas não pretendo trilhar por esse caminho...

Prefiro observar as nossas relações mais próximas, no ambiente familiar, nas relações de amizade e também nas relações afetivas propriamente ditas.
Ninguém está livre de agir por impulso, de trilhar o caminho errado, de dizer coisas que ferem, de tomar decisões no calor da emoção.
Frequentemente estamos envoltos num mar de sentimentos, que se mesclam e, por isso, torna-se difícil perceber, com clareza, o que realmente ocorre conosco durante as mais variados relações afetivas que experimentamos ao longo da vida.
Muitas dessas vivências causam transtornos, mágoas, sofrimento.
O pior é que, quando as consequências surgem, quase sempre trazem consigo uma vontade de voltar no tempo e fazer tudo diferente, mais conhecida pelo nome de arrependimento.

Esse cenário pode ser melhorado?

Com o passar do tempo, vamos aprendendo a nos conhecer melhor, e assim vamos testando os nossos próprios limites.
No exercício incansável do auto-conhecimento, dia após dia, é possível repensar sobre os nossos sentimentos, sobre o que deve ser dito, o que realmente faz sentido pra nós, o que realmente é importante.
Dessa forma, a gente aprende a exercitar um pouco de auto-controle, evitando sair por aí soltando farpas. Não se trata de usar uma máscara, nem se transformar numa pessoa que você não é...




Trata-se apenas de por em prática uma mudança no modo de agir, que passa a ser mais comedida e coerente, mediante uma avaliação prévia de si e do outro, mensurando possíveis consequências, e analisando a situação sob o prisma do outro, em busca de um  novo ângulo de compreensão.

Coerência, é disso que estou falando!



Seguindo essa linha de raciocínio, vamos falar em relações mais harmônicas, ações interligadas, onde haja mais compreensão, equilíbrio, empatia e senso de justiça.
Vamos refletir sobre a responsabilidade que temos em ser coerentes com nossos princípios e valores, com o nosso propósito de vida.
Vamos por em prática bons ensinamentos que possibilitem plantar hoje, para garantirmos uma boa colheita amanhã; uma vida em harmonia.
Comecemos, então, investindo em nosso auto-conhecimento.

Quem verdadeiramente somos nós, afinal?

Alguns traços de nossa personalidade vão sendo moldados pela ação do tempo e tornam-se tão significativos, que revelam a nossa identidade mais profunda, mesmo que a vida tenha se encarregado de oferecer-nos caminhos inusitados, que de certo modo, nos obrigam a agir de modo diferente, quer por força social, cultural ou até mesmo por exigência profissional.
Através da coerência entre nossos pensamentos e ações, entre caráter e comportamento, pensamento e atitude, discurso e ação revelamos ao mundo nossa mais pura essência


Somos quem somos não apenas em decorrência de nossas características físicas, como cor da pele, altura, peso, tamanho dos pés, formato do rosto, das mãos, cor dos olhos, forma e cor dos cabelos.
Podemos ser reconhecidos pelos nossos traços físicos, é verdade, mas há muitos outros conteúdos que ajudam a nos definir.
Há outros elementos tão ou mais relevantes para nos identificar perante as outras pessoas: nossa voz, jeito de sorrir, jeito de andar, nossa caligrafia, nossa personalidade.
Já parou pra pensar o quanto nossa caligrafia é importante e representa traços de nossa personalidade?
Apesar de sofrer muitas variações ao longo do tempo, nossa caligrafia é um bom exemplo de que é possível preservar traços e sinais peculiares e únicos.
No princípio, estamos ainda aprendendo a escrever e, por isso, vamos nos inspirando nas caligrafias de nossos mestres. Depois, vamos firmando nossos próprios traços, até que definimos um jeito só nosso de escrever, que nos acompanhará por toda a vida e que carregará em si muito de nossa personalidade.
Você já conseguiu reconhecer a caligrafia de alguém num texto esquecido numa gaveta? Sentiu o quanto dessa pessoa pode estar ali armazenado?
Já comentei sobre isso em outro posts, quando falei sobre amizade ... Se você ainda não leu, foi no post Fevereiro de Aniversários. Essa é uma experiência e tanto para ilustrar o que acabei de escrever.

Lamentavelmente, nos dias de hoje, é cada vez mais raro escrevermos textos, cartas, bilhetes usando o velho papel e lápis, não é mesmo?
A tecnologia tem "enferrujado" nossos dedos e por isso nossa caligrafia hoje quase se resume a poucas assinaturas, isso quando não a substituímos por senhas. Que triste constatação, não?
Portanto, antes que seja tarde, fica aqui a sugestão para não deixarmos de fazer os importantes registros de nossas vidas com a nossa própria caligrafia: dedicatórias, cartões, cartas...
Garanto que essas mensagens carregarão muito mais significado, porque muito de nós estará ali grafado.

Voltando ao nosso tema ...

Quando já obtivemos um certo nível de amadurecimento, sabemos um pouco mais sobre quem somos, aprendemos e decidimos quais valores deverão nortear nossas ações e vamos delineando caminho por onde passamos, vamos deixando as nossa marcas e as pessoas que nos rodeiam passam a perceber e reconhecer tais valores em nós.

É comum ouvirmos relatos de pessoas que, apesar de terem mudado de vida, tornando-se ricas, famosas ou até celebridades, continuam preservando dentro de si os valores adquiridos na infância, herança de uma relação familiar bem sedimentada de amor.
Em outras palavras, podemos mudar a roupa, o cabelo, a aparência, a residência, o carro, e ainda assim permanecermos com a mesma essência, que é a base do nosso caráter, o que nos permite ser reconhecido por nossas atitudes e opiniões, pelo nosso jeito de ser, onde quer que estejamos, já que estamos norteados por princípios e valores que escolhemos para nossa conduta.
Tenho o hábito de ler biografias e fico fascinada em conhecer as origens do protagonista.  
É como projetar um olhar panorâmico sobre as tramas da vida que o tempo se encarregou de tecer.

Mas, voltando ao assunto, será que todas as pessoas conseguem ter essa base?
Recebem educação para isso? E se recebem, conseguem reconhecê-la como importante para si?
Ou será que desprezam, ignoram e seguem em busca de outros caminhos?
Acho que existem mais pessoas que enfrentam esse tipo de descompasso do que a nossa imaginação consegue alcançar.
É tão comum encontrarmos pessoas amarguradas, perdidas, sem rumo, arrependidas ...

Sabemos que a felicidade aparente nem sempre condiz com a verdade. 

Fotos e posts estampados nas redes sociais, muitas vezes, são apenas representação de um mundo irreal.
Sabemos que há pessoas que alcançaram o sucesso profissional, condição financeira estável e todos os bens materiais que desejaram, mas continuam infelizes e amarguradas. As relações afetivas, nesses casos, costumam ser circunstanciais e são desfeitas ao primeiro sinal de turbulência. Nesse contexto, não há respeito próprio e nem pelo outro.
A vida de aparente sucesso vira um abismo, justamente por não haver alicerce de valores, para possibilitar segurança e sustentabilidade emocional a esse tipo de pessoa.  com frequência, essas pessoas costumam cair em armadilhas construídas por suas próprias mãos, que resultam em abandono familiar, prostituição, dependência química, falência moral e financeira, decorrente de vícios, desperdícios e ostentação.
O mundo das celebridades esta cheio de exemplo assim. Entretanto, no mundo "real" também existem, apenas não são tão divulgados abertamente.

Construir boas relações requer amor próprio e, no mínimo, respeito pelo outro.



Em nome da sinceridade, cometem-se muito abusos, destroem-se relações.
Existem pessoas que se dizem extremamente sinceras, e por, isso, falam tudo que lhes vem à cabeça. Entretanto, no fundo, essas pessoas são egoístas ao extremo, por não se importar com o que a outra pessoa pensa ou sente e por achar que são os donos da verdade.

Sinceridade é bom e eu gosto, já dizia um velho ditado.Mas, gosto também de respeito.
Por isso, é sempre bom repensar sobre qual a melhor forma de comunicar ao outro sobre "nossas verdades", ouvindo também o que o outro tem a nos dizer, repeitando sempre as possíveis divergências de opinião.

Vivemos numa época em que há tanto egoísmo por aí e, o resultado disso, bem sabemos, são relações humanas desajustadas, desrespeitosas, intolerantes e cruéis.
A questão ética vem sendo amplamente discutida em todos os cantos do mundo, especialmente aqui no Brasil, onde os maus exemplos de corrupção e desonestidade parecem eclodir a cada segundo.

Sabemos que esse plantio não foi feito exatamente hoje. Há muito se cultua esse tipo de erva daninha em silêncio, às escondidas. Porém, como citei no início do texto, chega um momento em que a verdade aparece.
Por essa razão, mais do que nunca, é imprescindível refletir o quanto somos responsáveis pelo mundo em que vivemos, fazermos a nossa parte, porque tudo começa bem pertinho de nós.

As pequenas ações do cotidiano, a convivência social no prédio, no bairro, na  escola, no trabalho, no clube, na padaria da esquina, no supermercado, no campo de futebol, no metrô, no ônibus, em qualquer lugar onde estivermos, devem estar pautadas em valores éticos, de justiça, que primam pelo respeito ao outro, possibilitando uma convivência saudável, pacífica e favorável ao crescimento mútuo.

Muitas vezes somos tocados por exemplos de educação, gentileza e delicadeza que nos surpreendem ao aparecerem na mídia e nas redes sociais em geral, justamente porque essas ações são cada vez ,mais raras.
Infelizmente estamos tão acostumados a ver arrogância, grosserias e atitudes egoístas que um ato de pura generosidade, desprendimento, gentileza, delicadeza ou simples educação pode ser motivo de espanto e, por isso, costumam "viralizar" nas redes sociais em questão de segundos.
Melhor seria  estarmos acostumados a vivências desse tipo e não mais nos surpreendermos.



Para isso, precisamos plantar sementes de educação e respeito por onde passarmos.
Devemos ter força de vontade e demonstrar esse compromisso nas pequenas ações do cotidiano.
Precisamos deixar de enxergar apenas o próprio umbigo e experimentarmos o lugar do outro, pensar fora da caixa e investir toda energia para realizar boas ações para nós e para os que nos rodeiam.

Na medida do possível, e com algum esforço, poderemos fazer sempre um pouco mais do que espera-se de nós, para suprir essa falta e espalhar essa boa semente. As consequências de nossos atos positivos florescerão e os resultados virão, certamente.
O ideal é que atitudes respeitosas sejam cada vez mais normais e que as pessoas possam experimentar coerência entre pensamentos e a ações.

É extremamente gratificante ver que nossa identidade está presente além de nós, além de nossa assinatura, de nossas impressões digitais ou pegadas.
Através de nossos exemplos, atitudes, feitos, criações e até através de nossos filhos, podemos ser reconhecidos.

Ser reconhecido pela obra é como sentir nossa identidade esparramada, disseminada, perpetuada.
Costumo dizer que a nossa assinatura não fica registrada apenas em um papel ou no cartório.
Nossa assinatura vai sendo grafada aos poucos e fica impressa no mundo, pela vida afora, pelas marcas que produzimos a todo instante.

Quero que a minha assinatura seja algo assim:


E você?
Que assinatura você quer deixar no mundo?

Fique à vontade para expressar a sua opinião

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Grande abraço para você!

Imagens: Google



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