sexta-feira, 12 de junho de 2020

Do olho do furacão, chamado Covid-19


Quem poderia esperar um "freio de arrumação" com essa magnitude e alcance mundial?
Poderia até ser um furacão, tsunami ou algo do gênero, mas é um inimigo invisível.
Lá do outro lado do mundo, veio se alastrando e revirando a vida de todos por onde passou, dizimando vidas, isolando pessoas.
Quando tudo começou lá na China, talvez não imaginássemos o tamanho do problema que teríamos que enfrentar, porém já dava para imaginar que não seria fácil.


Embora tenha começado no fim de 2019, como já revela o próprio nome, COVID-19, a doença causada pelo novo coronavírus é se alastra como um furacão e é, sem dúvida, o grande acontecimento mundial, que marcará para sempre o ano 2020 e a vida de todos nós.

É impossível passar por essa pandemia ou ser atravessado por ela e

  • não se tocar,
  • não se comover,
  • não se alarmar,
  • não se indignar,
  • não se mexer,
  • não se afetar,
  • não se sensibilizar,
  • não se transformar.

O rastro de morte e destruição é ainda incalculável.


Sem exagero, quem sobreviver a essa doença, jamais passará ileso, tamanho é o alcance dos danos trazidos por essa pandemia.
No mundo inteiro, famílias estão sendo dilaceradas pela perda repentina de seus entes queridos. São vidas perdidas em situações muito sofridas, em meio a uma grande crise de assistência hospitalar, onde há carência de recursos, equipamentos e mão de obra.
Vidas que são interrompidas por um inimigo invisível, porém assustador.
Os profissionais da área de saúde, verdadeiros heróis, fazem parte da frente de combate, sofrem a ameaça diária da contaminação, põe em risco suas próprias vidas e as de seus familiares, na tentativa de cuidar da população que contrai o vírus dia após dia. Muitos desses profissionais já morreram em pleno exercício da profissão, porque não conseguem evitar o contágio ou porque estão demasiadamente expostos ao vírus em jornadas extenuantes de trabalho.

Um cenário bastante desolador, que vem se repetindo diariamente e estampa os noticiários do mundo inteiro, desde o final de 2019 e aqui no Brasil, desde o final de fevereiro 2020.

Como se não bastasse isso tudo, as consequências da pandemia se espalham por todos os setores da sociedade. De uma forma ou de outra, todas as pessoas vão sendo afetadas. 
Na falta de uma vacina, a forma mais prudente de tentar conter o avanço desenfreado do coronavírus tem sido o isolamento social. Manter a vida a qualquer custo, mesmo considerando todos os outros entraves sócio-econômicos, é a forma mais sensata de enfrentar toda essa loucura.

A tentativa de manter as pessoas reclusas em casa, para diminuir os índices de contaminação e evitar o adoecimento em massa, fez com que escolas, lojas, escritórios, centros comerciais e muitos estabelecimentos fechassem as portas, o que trouxe consequências econômico-financeiras inevitáveis: pessoas sem renda, sem condições de trabalhar ou trabalhando precariamente, pessoas perdendo seus empregos, sem condições de honrar compromissos financeiros assumidos, vendo surgir muitas necessidades a serem supridas. A fome mostra sua face para milhões de famílias que não tem condições de enfrentar dias e dias de isolamento social. Não há reserva financeira para grande parte da população.

Seria um momento oportuno 

para que nações do mundo todo demonstrassem 

força, comprometimento e responsabilidade 

para com os seus habitantes, 

mas a realidade nem sempre

 tem se mostrado dessa forma.


Em muitos países, crises políticas e demonstrações de poder pelo poder dão o tom do momento: acusações, crises, conflitos entre nações e dentro delas.

Enquanto isso, mais e mais pessoas são infectadas e muitas delas morrem diariamente, aumentando vertiginosamente as duras estatísticas mundiais.

De um modo geral, a conduta de grande parte dos países têm sido adotada em consonância às diretrizes preconizadas pela Organização Mundial da Saúde. Entretanto, fala-se que muitas informações importantes sobre a propagação do vírus foram omitidas no início da pandemia, o que, de certo modo, impactou no modo como os demais países se prepararam (ou não) para enfrentar a pandemia.

Os países vêm sendo sendo atingidos sequencialmente e por isso há vários estágios da pandemia ao redor do mundo. Alguns países, como a China, já estão numa fase mais controlada da doença e já tentam voltar à normalidade de suas atividades, embora de um jeito novo. Não exatamente como era antes.
Outros países, como o Brasil, em junho/2020, ainda apresentam curva ascendente de infectados e mortos, além de muitos outros problemas de ordem econômica, social e também política.

Certamente tudo que foi relatado até aqui não é novidade alguma para você.
Minha intenção foi apenas contextualizar o que estamos vivendo, pois certamente, no futuro, ainda voltaremos a este assunto e precisaremos resgatar como tudo aconteceu.

Ainda estamos no olho do furacão 

e não temos a exata dimensão de tudo isso.




Estamos, sim, sentindo na pele, a devastação que, cada vez mais, se aproxima de nós.
Se ainda não fomos atingidos pelo vírus, estamos isolados, quando possível, mas certamente, encurralados. O que não elimina a possibilidade de sermos alcançados por ele ao menor sinal de  descuido, deslize.

Mesmo em isolamento social, a toda hora somos surpreendidos por notícias de pessoas conhecidas, amigos e até familiares acometidos pela Covid-19. Muitas apenas manifestando sintomas leves e outras, infelizmente, necessitando de cuidados hospitalares intensivos, dada a gravidade do quadro.

Como se não bastasse, no Brasil, existem várias crises paralelas à pandemia, o que nos dá a sensação de que a guerra é infinitamente maior do que foi vista em outros países. São crises políticas, sociais e econômicas parecem disputar os holofotes do noticiário tomado pela Covid-19. 
Apenas para pontuar, eis alguns fatos que impactaram diretamente no modo brasileiro de enfrentar o coronavírus:
  • Conflito e orientações contraditórias entre Governo Federal e Governos Estaduais no que se refere às diretrizes e principais condutas de enfrentamento à pandemia, o que já resultou em duas trocas dos titulares do Ministério da Saúde em menos de 60 dias. Numa nação imensa como o Brasil, a inexistência de uma linha de comando unificada, resulta em posturas conflitantes entre os diversos líderes hierárquicos, e dificulta infinitamente o combate à pandemia, pois a população, sem referência de conduta, torna-se resistente ao menor sinal de regramento proposto por autoridades sanitárias, que apresentam algum grau de sanidade e sensatez frente ao caos instalado.
  • Indisponibilidade de testes para detecção do vírus em larga escala na população brasileira. Sem testagem, impossível quantificar o número real de infectados e assim dimensionar e adequar as políticas sanitárias necessárias para contenção e combate à doença.
  • Insuficiência de máscaras e demais produtos de proteção para os profissionais de saúde. Como proteger quem está na linha de frente da batalha?
  • Limitação de leitos hospitalares, principalmente de UTI. Hospitais de campanha em construção e também enfrentam dificuldade de entrarem em operação por falta de profissionais de saúde e equipamentos de respiração e similares.
  • Filas imensas e grande aglomeração de pessoas nas imediações das agências bancárias na intenção de receber um auxilio emergencial distribuído pelo Governo Federal para pessoas desempregadas ou que não tem vínculo empregatício e perderam sua condição de trabalho em decorrência do isolamento social. Como impedir que as pessoas saiam de casa se elas não tem sequer o que comer?
  • Dificuldade de manter o isolamento social nas capitais, principalmente em áreas de pobreza extrema, principalmente comunidades, onde as residências normalmente não têm saneamento básico, são muito próximas, abrigam famílias numerosas, que não tem renda familiar estabelecida formalmente e, por isso as pessoas precisam sair de casa para prover o sustento da família.
  • Comunidades inteiras sem acesso a água encanada e por isso impossibilitadas de manter o padrão mínimo de higiene para prevenção da doença;
  • Escândalo no comércio de álcool em gel, mediante escassez repentina do produto, preços abusivos e até produção clandestina.
  • Suspeitas de corrupção através do superfaturamento nas compras de equipamentos e suprimentos necessários ao combate à pandemia. É lamentável ver que a corrupção não dá trégua nem em momentos tão dramáticos, quanto este. 
São inúmeras as controvérsias em função da orientação de por em prática o isolamento social ou não. 
A questão central é: o que causaria mais dano: a ação do coronavírus circulando livremente por entre a população ou a paralisação da economia advinda do isolamento social ?

Salvar vidas é a prioridade número 1.



Quando a vida não é colocada como prioridade,
todas as outras necessidades que dela poderiam advir
passam a não mais fazer sentido. 

De uma forma mais direta é o seguinte: só poderia haver questionamentos por perda de emprego, renda, salário se a pessoa continua viva, ou seja, mortos não fazem esse tipos de questionamento, não e mesmo?  Assim sendo, para mim, não há o que se discutir.
Em seguida, como segunda prioridade, devem ser reestruturados os mecanismos de manutenção da economia, para que sejam garantidas às pessoas as condições básicas de sobrevivência, até que tudo volte à normalidade.
A economia é super importante, claro, mas não podemos esquecer que as empresas são feitas por pessoas e para que tudo funcione, é preciso que essas pessoas estejam em gozo de plena saúde. Simples assim.
Vale a pena ressaltar que a manutenção dessas vidas não requer apenas o afastamento do vírus; demanda atenção e suprimento de todas as outras necessidades básicas de alimentação, saúde, segurança, etc.



Fico aqui me perguntando...

será que há um significado maior para tudo isso?



Acredito que o que estamos vivendo é, no fundo, uma grande oportunidade de renascimento, reinvenção, transformação em busca de sobrevivência; uma espécie de intimação coletiva, que aponta para novos caminhos de convivência.
Assim como ocorrem as grandes metamorfoses da natureza, há um período doloroso, sofrido, contido, para que algo novo surja. Assim como a lagarta que vira borboleta e se abre para uma nova vida, novo olhar, nova perspectiva, novos horizontes.

Veja quantas coisas convergem:
Passamos, recentemente, pela quaresma, um período dedicado à reflexão, um período de recolhimento, introspecção e preparação para o renascimento, momento de se solidarizar com o outro. E justamente nessa época, aprendemos de uma maneira bastante sofrida ... 

  • que o vírus inimigo é invisível e pode atingir a todas as pessoas indistintamente, 
  • que a vida deve estar em primeiro lugar, 
  • que é preciso estarmos isolados para viver essa experiência conjunta, 
  • que podemos estar juntos mesmo estando separados, 
  • que podemos proteger a quem amamos praticando o distanciamento físico, 
  • que precisamos estar disponíveis e prontos a ajudar, 
  • que precisamos olhar e enxergar além da nossa janela, 
  • que precisamos ser empáticos e solidários de verdade, 
  • que precisamos valorizar profissionais antes invisíveis, que têm a missão de zelar e cuidar de nossas vidas, muitas vezes pondo em risco as suas próprias, 
  • que o mundo inteiro está passando por essa mesma dor, mas que cada povo tem um jeito diferente de lidar com tudo isso, porque as condições também são distintas.
  • que, embora seja uma experiência global, com muitas semelhanças, o enfrentamento não deixa de ser individual, e cada pessoa responde de um jeito muito particular,
  • que a solidariedade é uma saída coletiva,
  • que tudo isso é uma questão de tempo e vai passar.

Essa experiência de isolamento social globalizado é inédita e algo muito louco de se imaginar e de se viver. Por vezes, chega a ser uma experiência insana, mesmo. Nossas formas de pensar e agir foram inteiramente modificadas, desconstruídas, reorganizadas, como num giro de 360 graus. 

As condições sociais e econômicas 

são as lentes que dimensionam 

o tamanho da dor e do sofrimento 

para a travessia deste momento.


Uns lamentam a perda da liberdade de ir e vir, de encontrar e abraçar e familiares, mas podem desfrutar do conforto de suas casas, apartamentos, com as suas necessidades básicas de alimentação, higiene, conforto e segurança atendidas. Podem, eventualmente, colocar uma máscara sobre o nariz e a boca para se protegerem da contaminação e sair para comprar alimentos, remédios, porque têm dinheiro para isso. Podem continuar trabalhando em casa, no estilo home office, ou simplesmente têm reserva financeira suficiente para tirar dias de descanso, como se fossem férias prolongadas.

Por outro lado, a grande maioria das pessoas, que também está sendo obrigada a ficar em casa, na tentativa de conter o avanço da pandemia, sente-se totalmente ameaçada e vulnerável por ter perdido renda, por não ter condições de suprir as mais básicas necessidades de alimentação e higiene de sua família, decorrente do fato de não poder sair às ruas para trabalhar ou ainda por ter perdido seu emprego. Nessa condição, ficar em casa torna-se muito difícil e desconfortável.

Há também o dilema das pessoas que necessitam trabalhar nos serviços essenciais de saúde, segurança e abastecimento, razão pela qual estão mais expostas à contaminação pelo coronavírus e colocam as suas próprias vidas em risco. Além disso, podem também disseminar o perigo de contaminação aos seus familiares que estão em casa. Na tentativa de evitar esse risco adicional, muitos desses profissionais precisam manter distanciamento dos seus familiares, ampliando assim as chances de sofrimento emocional pelo distanciamento.

No lado mais fragilizado, há pessoas que, já infectadas, enfrentam os percalços de conviver com os sintomas da doença em isolamento domiciliar, quando se enquadram em casos leves, ou aquelas que enfrentam a dura experiência de internação hospitalar, longe de seus familiares, nos casos mais graves.
Em quaisquer dos casos, a aflição é enorme para o doente e para os familiares, porque nunca se sabe o desfecho da doença, que pode provocar complicações ou não, bem como pode se espalhar rapidamente para outros familiares que tenham mantido convivência com a pessoa infectada. 
Além disso, famílias que tiveram o triste desfecho da morte de um ente querido enfrentam uma dor ainda maior para superar essa perda e expressarem o luto de forma tão repentina, o que inclui um grande vazio afetivo e emocional.
Uma realidade dura de se ver, que nos é apresentada diariamente nos noticiários, onde fileiras e mais fileiras de sepulturas são abertas nos cemitérios do mundo inteiro, para abrigar as vidas perdidas nessa tragédia.
As estatísticas estarrecedoras das mortes desencadeiam em nós um sentimento estranho e doloroso de impotência generalizada, como se testemunhássemos diariamente a queda de vários aviões, o naufrágio de vários navios, o rompimento de várias barragens Marianas. Impossível de aceitar!
Até quando suportaremos conviver com isso e fingir que não está acontecendo apenas para resguardar um pouco de sanidade em nossas mentes?

Na falta de uma vacina para prevenção dessa doença, manter o isolamento ainda é a forma mais segura de estarmos juntos. É sinal de respeito e demonstração de proteção e amor. É cuidar de si e dos familiares próximos, isolados por quatro paredes, mas é também aprender a reinventar-se dentro de uma nova rotina de trabalho, de atividades domésticas e, principalmente, de convivência. 
Os idosos, grupo de risco, devem ser poupados ao máximo, mas nem por isso, esquecidos. Devem ser cuidados e assistidos pela família, de forma a protegê-los e preservá-los.
Aos poucos, atividades vão voltando à normalidade, porém de um novo jeito, com muito mais cuidado e precaução, com as novas regras de convivência e distanciamento social.

A experiência social deve ser exercida 

através do olhar para além da janela de casa.



Como? Enxergando o vizinho ou as pessoas que transitam pelas ruas em busca de auxílio ou sobrevivência e ainda, aquelas que estão trabalhando em serviços essenciais, como pessoas que também sofrem com a ameaça do vírus e podem necessitar de ajuda a qualquer momento.
É preciso estar sensível a essa realidade. Sim, o mundo não se resumo à bolha que se tornou a nossa casa. Nem todos podem ficar em casa. E existe sim, a ameaça da contaminação a todo instante.

Felizmente, a distância física está sendo encurtada através do contato virtual. A tecnologia nunca foi tão necessária, imprescindível, para fins de trabalho, educação, lazer e convívio social.
Nesse aspecto, temos visto muitos bons exemplos de inovação e solidariedade sendo postos em prática como ferramentas para a boa convivência social nos novos tempos.
Um alento para nossos corações.
São exemplos de solidariedade, compaixão, ajuda mútua, de atenção para com o próximo, de reinvenção de formas de trabalho, de novos estudos e pesquisas científicas.


Tempos difíceis.
Tempo que falta. Tempo que sobra.



O tempo passou a ser escasso para muitas pessoas, pelo desdobramento de muitas atividades, que passaram a ser realizadas num mesmo espaço físico. Mudar a rotina é algo bem complicado, requer disciplina, paciência e adaptação. Conciliar atividades domésticas e profissionais tem sido um desafio para muitas pessoas, porém também permite observar  o quanto pode ser salutar estar mais perto da família e aproveitar preciosos momentos de convivência. Descobrir, verdadeiramente, o que é essencial na vida.

No front da batalha, o tempo voa.
Para os profissionais da saúde, o tempo é ouro. Tudo é urgente. Tudo é pra ontem.
A vida está por um fio e a morte espreita e avança a cada segundo.
Meu Deus! É insano vivenciar isso! Não consigo imaginar...
Uma rotina acelerada e verdadeiramente extenuante, desgastante.
Conviver com a perda diária de centenas de pacientes é algo muito difícil, por mais "preparado" que seja o profissional.
Espera-se que os profissionais da saúde estejam sempre preparados para salvar vidas, usando técnicas, instrumentos e medicamentos adequadamente.  Entretanto, conviver com todas as adversidades do momento é algo que interfere no equilíbrio físico e mental de todos esses profissionais. Afinal, são humanos.

Por outro lado, há pessoas que sentem como se o tempo parado estivesse, pelas horas intermináveis e entediantes que se arrastam, pela falta de uma rotina organizada ou pelo descompasso de um período de adaptação aos novos tempos. Estar sozinho ou experimentar-se na companhia de si mesmo é algo inusitado e muito difícil para muitas pessoas. A solidão pode ser uma aliada ou uma inimiga. É preciso uma boa dose de autoconhecimento para enfrentar momentos de solidão e fazê-los produtivos.
Por isso, temos visto tantos profissionais das áreas de psicologia e assistência social, colocando seus serviços à disposição, muitas vezes virtualmente, para amenizar a angústia e o sofrimento de tantas pessoas que sentem-se desamparadas e deprimidas.
Uma palavra de acolhimento, pode sim, fazer a diferença e evitar agravamento de sintomas relacionados ao sofrimento emocional.


E vem aí, o "novo normal".
Como será?


Não é novidade pra ninguém a tamanha desordem que era a nossa normalidade em termos de convivência social até a Covid chegar: inversão de valores, desrespeito,  hipocrisia, violência, ganância, individualismo...
Não quero ser ingênua ao ponto de achar que tudo isso acabou ou que vai acabar como num passe de mágica. Está tudo aí, escancarado para quem quiser ver.
O que dizer dos absurdos que dividem a cena com a pandemia? Assassinatos, falcatruas, roubalheiras, racismo, egoísmo ...
Esse normal é velho conhecido...

Surgiu um novo vocabulário para o dia a dia. Palavras como distanciamento, isolamento, respirador, máscara, protocolo, pandemia, lockdown, comorbidade, sintoma,  cloroquina, prevenção, Covid, teste, exame, álcool, etc, são as mais pronunciadas nesses últimos tempos.

Teremos que conviver mascarados, mantendo a distância, lavando as mãos a todo momento e descobrindo sequelas que ainda desconhecemos.
Teremos que conviver com as perdas, as ausências,o luto, a tristeza.
Teremos que conviver com incertezas, pois não sabemos o que está por vir. 
Ainda não há vacina. Não sabemos como poderemos adquirir imunidade. Há risco de novas ondas da pandemia.
Teremos que encontrar forças para superar e continuar.


Entretanto, em pessoas que guardam o mínimo de humanidade dentro de si, muita coisa pode ser mudada a partir de agora, porque muitas lições e ensinamentos podemos extrair dessa dura experiência.
Ainda teremos que conviver com essas questões durante algum tempo, mas é importante que durante esse caminho possamos aprender que

a vida é um bem muito precioso, 

do qual precisamos cuidar incondicionalmente.




Por enquanto, continue cuidando de si e da sua família!
Se possível, permaneça em casa!

Até breve!


Imagens: Google e Youtube





6 comentários:

  1. Parabéns pelas suas sábias palavras 👏👏👏,disse tudo... Falou tudo ..Estamos mesmo vivendo, passando, atravessando praticamente por uma outra forma de vida humana.. Mas, na esperança que, de fato, tudo isso passe logo para voltarmos a vida normal ou não, que antes vivíamos...E que a lição do crescimento humano, a colaboração,ajuda,apoio moral,empatia e muito mais Amor ao próximo possam perdurar por uma infinidade em nossas vidas 👍👍👍👍. Amei querida amiga 👏👏👏👏,vc,como sempre, sempre arrasando ♥️♥️♥️♥️👍👍👍👍🙏🙏🙏

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    1. Obrigada, Vevé, por deixar o registro do seu carinho e atenção. Apesar de tanta notícia ruim, tanta destruição, é preciso continuar acreditando que somos capazes de superar e encontrar novos caminhos para seguir a vida. É lamentável que tantas vidas estejam sendo abreviadas, nesse exato momento, em que escrevo. Pensar nisso causa uma angústia enorme. Mas precisamos ser fortes e ter fé e esperança de que amanhã será um novo dia, um dia melhor. Beijos pra vc!

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  2. Querida amiga... palavras que abraçam nosso coração e alivia um pouco esse período de angústias e tantas saudades. Parabéns.

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    1. A palavra tem esse poder de encurtar distâncias e acolher como se fosse um ombro amigo. Fico feliz em poder ser instrumento dessa magia. Agradeço de coração pelo carinho. Beijos e fique bem!

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  3. Texto excelente! Permeia todos os estágios vívidos por nós nesse momento tão difícil. Reflexão muito válida e pertinente. Me identifiquei por diversas vezes nesse belo texto. Parabéns Dete!! Beijão.

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    1. Ítalo, querido, muito obrigada! Às vezes precisamos, sim, fazer um esforço e extrair, ou pelo menos, tentar extrair coisas boas de um momento tão duro quanto esse. Essa troca é uma dessas coisas positivas. Beijo pra você!

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