sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Doce sabor da infância

Olá!
De repente, fechei os olhos e fiz uma viagem pelos sabores da minha infância. Nessa viagem revivi momentos marcantes e lembrei de pessoas muito queridas, que fizeram ou ainda fazem parte da minha vida. Comidinhas simples, frutas não muito comuns e  muito, muito sabor. Sabor recheado de amor. Amor recheado de sabor. Tanto sabor que dá pra sentir até hoje.
Nessa passada rápida deu pra listar  quase um alfabeto inteiro de sabores: A, B, C, E, G, J, O, P, R, S, T e U. Foi interessante constatar que





minha infância teve sabor de: azeitona, jabuticaba, cana, sopa, pastel, uva passa... Cada sabor desse veio casadinho com uma ou mais pessoas. Uma coisa foi puxando a outra! São as gavetinhas da memória ... hahhahaha
Então, vem comigo que vou mostrar pra você o que encontrei nessa breve viagem.Quem sabe assim você também vai percorrendo seus próprios caminhos de lembranças e sabores, não é?
Posso garantir que será uma    d-e-l-i-c-i-o-s-a   viagem, cheinha de aromas, cores e sabores, claro!
Vambora?


Azeitona e araçá - Ivete, Inalda e Ione


Azeitonas e araçás, as frutinhas que me faziam caminhar pelas trilhas dos engenhos. Essas caminhadas eram muito esperadas. Juntávamos um grupo de amigas e colegas da escola e combinávamos uma tarde de caminhada pelos engenhos, estradas de barro, plantações de cana de um lado e do outro, até chegar a um lugar com muitos pés de azeitona. Um verdadeiro oásis: sombra, um riachinho, pedras imensas e um mar de azeitonas roxinhas a nos convidar. Essas caminhadas não seriam as mesmas sem a presenças das minhas queridas amigas: Ivete, Inalda e Ione; três irmãs muito queridas; colegas de escola, amigas de longas datas. Família da melhor qualidade!
Ficávamos ali, de galho em galho, sobe aqui, sobe acolá; comendo aquelas frutinhas até a língua ficar totalmente roxa ou azul ... E depois de tanto comer, a garganta fechava de vez, ficávamos entaladas. Ficávamos fazendo apostas pra ver quem tinha a língua mais azul! kkkk Tudo era motivo de gargalhada. Era uma diversão só!
Muitas histórias, muitas risadas pelo caminho. E era pelo caminho que encontrávamos os araçás, que pareciam goiabinhas amarelinhas. Se tínhamos bolsos ou bolsas, logo ficavam recheadinhos, pois, de galho em galho, íamos colhendo aquelas frutinhas. E quem disse que a boca ficava parada? kkkk .Bom demais!


Bolinhos de feijão - Dona Zefinha (minha avó)


Esse sabor vai ser difícil experimentar de novo. Era um tempero sem igual. Minha avó costumava fazer bolinhos de feijão com farinha e colocá-los na borda do prato, fazendo o contorno, o que, segundo ela, servia para "abrir o apetite". Durante uma boa parte da infãncia, fui uma criança que não gostava de comer o que  a gente chama de "comida de panela". Eu era muito franzina. Minha avó Zefinha então fazia essas comidinhas diferentes para chamar a minha atenção. E e não é que dava certo? Para acompanhar os bolinhos, ela fazia um molho vinagrete com caldo de feijão e pimenta malagueta, que era colhida diretamente no quintal de casa. Bem, da pimenta eu tinha medo e, por isso, nem queria experimentar esse molho. Então, antes de amassar duas ou três pimentinhas, ela separava um pouquinho do molho pra mim. Ah! detalhe: os bolinhos eram feitos com as mãos e comidos também com as mãos... nada de talheres! Coisas da vovó! 


Bolinho Quero Mais - Dona Ziza (minha mãe)


Minha mãe fazia uns bolinhos de coco em forminhas individuais que eram maravilhosos. Hoje certamente seriam chamados de cupcakes de côco.  Lembro que. no caderno de receitas dela, chamavam-se Bolinhos Quero Mais. Nem preciso explicar porque tinha esse nome, né?Geralmente ela fazia esses experimentos  culinários no sábado à tarde e quando os bolinhos estavam no forno, de longe já se podia sentir o maravilhoso aroma de côco! 
Hummm! Deu água na boca, só de lembrar ...

Cana cortada em gominhos - Seu Raimundo (meu avô)


Chupar cana caiana bem docinha é uma linda recordação da minha infância. Eu devia ter no máximo 5 ou 6 anos e lembro que meu avô Raimundo sempre que ia lá em casa, colhia uma cana caiana do quintal, descascava e a cortava em rolinhos. Colocava em um baldinho azul e me dava. Eu ficava sentadinha na calçada, devorando os rolinhos de cana. O caldo escorria pelo canto da boca e descia pela barriga! Parece que estou vendo a cena!
Até hoje adoro chupar cana e tenho algumas no quintal de casa, porém, seguindo as recomendações da minha dentista. não devo mais cometer essa deliciosa extravagância de chupar cana, pois, ao final das contas, o resultado pode sair muito caro ! hahahaha

 

 

Empadinha de camarão - Dona Luiza

As empadinhas de camarão de Dona Luiza eram saborosíssimas! Assadas num formo à lenha no quintal da casa dela. Ela era vizinha e a melhor amiga da minha mãe. Eu a chamava de "Uíza" e gostava de observar todo processo de "fabricação" das empadas, desde o puxa-estica da massa, até a preparação do recheio e por fim a enorme bandeja que levava as empadinhas para o forno, um verdadeiro fogaréu! As empadinhas apimentadas levavam uma bolinha de massa em cima, para fazer a marcação. Na verdade essas empadas eram fabricadas com a finalidade de abastecer o bar de Seu Zé da Paz, que era o esposo de Dona Luíza, mas a criançada que ficava por ali perambulando , brincando nas redondezas e de olhos atentos à saída da fornada, sempre ganhava umas empadinhas para experimentar  (eu, alguns de meus irmãos e os filhos de dona Luíza). Hummm!


Goiaba verde - Dona Creuza


A goiabeira que ficava do lado da minha casa era uma verdadeira tentação. À noite, as goiabinhas pareciam ter um tom fluorescentes....aquele verde convidativo, sabe? Pois é! Durante as brincadeiras de rua, eu e algumas colegas da vizinhança fazíamos manobras inacreditáveis para "roubar" as goiabas verdes de Dona Creuza. Valia tudo: deixar a bola cair "acidentalmente" no quintal dela era a melhor estratégia, mas sempre tinha uma varinha ali por perto para facilitar a ação.  Só não dava para disfarçar o barulho das goiabinhas caindo nas folhas secas...Quando ouvíamos dona Creuza abrir a porta da cozinha, saíamos correndo, com medo que alguma reclamação fosse feita lá em casa  para minha mãe. Meu pai nem poderia sonhar em saber de uma trela dessas! Aff!
Mas tenho que confessar uma coisa: eram as goiabas mais deliciosas da face da terra! hahahaha

Jabuticaba - Sevé

Jabuticaba é uma fruta pequenininha e bem docinha, escorrega fácil na boca e por isso é impossível comer só uma. A gente vai comendo, vai comendo e quando vê já se foi um montão. Lembro que tinha uma empregada lá na casa da minha mãe, chamada Sevé, que trazia um montão de jabuticabas do sítio do pai dela que ficava em Vitória de Santo Antão. É de lá que vinham as mais doces jabuticabas do universo. Você duvida? Ah, que delícia!
Lembro também de ouvir o vendedor de jabuticabas passar na rua de casa gritando assim: "Uva sertaneja! Quem vai querer?" 
Aí, ele descia o balaio enorme que estava em sua cabeça e, quando colocava o balaio no chão, meus olhos brilhavam ao ver aquele monte de bolinhas pretinhas... Sempre que eu ouvia o chamado do vendedor, eu pedia a minha mãe para comprar. Ele enchia uma latinha, fazia um pequeno monte, que era o medidor, e depois derramava numa bacia que minha mãe trazia. 
Ah! eu passava a tarde inteira sentada em frente à televisão com um potinho cheio de jabuticabas. Olho na telinha e a boca trabalhando rapidamente para devorar aquelas delícias.

Anos depois, passei a companhar meu pai à feira todos os sábados. E, já era de praxe, eu levava a minha sacolinha e fazia a minha feirinha: jabuticaba, pitomba, amendoim, pipoca de arroz, etc ...

Recentemente resgatei esse doce sabor da minha infãncia. a pipoca de arroz eu consegui encontrar no restaurante próximo ao meu trabalho. Nos dias em que almoço lá, sempre trago uma pipoquinha dessa para o lanchinho da tarde. Em 2011 estive em Maceió, e através da minha sobrinha Carol, conheci a sorveteria Delícias do Cerrado. Lá tem sorvetes maravilhosos, sabores exóticos, mas, em especial, tem um picolé de jabuticaba excelente. Foi só experimentar e fiz uma espécie de regressão aos meus 6, 7 anos de idade. Tem coisa melhor?


Ovo a la Coque e Pirão de Galinha - Dona Ziza (minha mãe)

Pode não parecer, mas, como já disse, eu era uma criança que não gostava de comer. Para almoçar direitinho, precisava de muita conversa, de muitas histórias (e estórias) - Minha tia Carminha era especialista em inventar estórias para me fazer comer o almoço todinho!  hahahaha. 
Minha mãe ficava tentando encontrar alguma comidinha de panela que me agradasse e, com o jeitinho que só ela tem, ela conseguia!
Pela manhã, antes de ir pra escola, comer era um grande desafio. Eu não tinha apetite algum. Então minha mãe preparava um "ovo cozido a la coque", que era um tipo de cozimento rápido, onde a gema ficava pouco cozida, molinha. Então ela fazia umas bolinhas com miolo de pão e colocava em volta do prato e o ovo no meio, num suporte redondinho. Descascava só um pedacinho do ovo ( a parte de cima) e eu pegava os miolinhos do pão e molhava no buraquinho do ovo. 
Veja só que ciência! hahahaha
Só assim me dava vontade de comer. Na verdade isso mais parecia uma brincadeira!

No almoço, o meu prato predileto era pirão de galinha, de preferência se tivesse o pezinho da galinha, daqueles que têm os dedinhos bem gorduchos!  
Ainda hoje minha mãe tem o pratinho em que eu comia esse famoso pirão. E, não é difícil imaginar, até hoje, adoro pés de galinha! hahahaha


Pastel de Salsicha - Sergipe


Os lanchinhos da escola sempre tem um lugar especial na memória da gente, não é? Na escola onde estudei (Colégio Dom Jaime Cãmara), posso garantir que não havia criança que não conhecesse o famosíssimo "pastel de Sergipe". Calma, eu explico! Os pastéis não vinham de tão longe assim .... hahahaha  Sergipe, era um senhor muito simpático, que tinha uma carrocinha para vender pastéis e, que fazia sucesso com a garotada do colégio. Ele conhecia todos os alunos e, na hora do recreio, o espaço da grade do portão do colégio era pequeno para tantas mãozinhas a pedir "me dá um pastel" em troca de algumas moedas. Qual o segredo do pastel? Bastante crocante e quase nenhum recheio, pois os pedacinhos de salsicha eram bem pequenitos (hahahaha), mas tinha um sabor inigualável de felicidade!

Picolé de Batata Doce - Dona Cinda

Pode até parecer coisa do outro mundo, mas o picolé de batata doce era o maior sucesso de vendas na sorveteria improvisada de Dona Cinda. Ela morava perto da minha casa e fazia picolés caseiros para vender. O congelador dela ficava cheinho dessas delícias geladinhas embrulhadas num saquinho. Experimentar o picolé de batata doce não era uma pedida muito fácil, causava até um certo arrepio ou repugnância, mas depois da primeira vez, pode ter certeza que virávamos fregueses. Tornou-se um vício. e por isso a garotada do bairro do Tamboatá não dava muitas horas de sossego para Dona Cinda. De vez em quando aparecia uma criança lá na porta da casa dela, querendo comprar um picolé de batata doce, o chamado "dudu de batata doce". Ela, coitada, nem conseguia ficar muito tempo sentada no sofá! A toda hora levantava para atender aos seus pequenos e barulhentos fregueses! hahahaha


Refrigerante Fratelli Vita  - Seu Benedito

Adorava juntar moedinhas para comprar refrigerante de pera e maçã da Fratelli Vita na barraca do Sr. Benedito, que era vizinho à casa da minha mãe.
Meu pai não me deixava nem botar o pé da rua, imagine se ele soubesse dessas fugidas? hahahaha À noite costumava brincar na garagem da minha casa, onde reunia algumas outras crianças da vizinhança: Maria, Maristela, Mirtes, Salete e Guiomar. As brincadeiras eram as mais diversas e criativas: dominó, ludo, jogo da memória, campeonato de música, mas a gente não perdia a oportunidade de ir brincar na rua: esconde-esconde, cabra-cega, barra-bandeira... Corríamos de um lado para o outro, fazendo a maior algazarra na rua, que ainda era de chão batido. De repente, uma pausa para um refrigerante geladinho. Corríamos até a barraca do Seu Benedito, reuníamos as moedas e compravámos os refrigerantes de pera ou de maçã. Tomávamos ali mesmo na rua, sentadas na calçada em frente à minha casa, e, depois, voltávamos á barraca para devolver a garrafa. Como eu disse, na maioria das vezes eu só podia brincar dentro de casa mesmo. Por isso, bastava um grito da minha mãe, e eu já tinha que entrar correndo, sinal que meu pai estava para chegar e não podia me ver brincando lá na rua.
Posso dizer que esse refrigerante tinha, além de tudo, um sabor de liberdade! hahahaha
Outro detalhe, acho que éramos responsáveis por 100 % do consumo do estoque desse refrigerante lá na barraca do Seu Benedito, pois não lembro de tê-lo tomado em outro local, nem mesmo em minha casa!
Se você quer saber mais, clique nesse link. Aqui tem uma pesquisa bem interessante sobre a Fratelli Vita.

conhecendo um pouco mais sobre a Fratelli Vita


Sopa de Aveia - Dona Alice

Lembro do cheirinho da deliciosa sopa de aveia com legumes que era servida lá na escola, e essa lembrança me remete diretamente a Dona  Alice, a merendeira. Uma pessoa incrível. Sempre bem humorada, mostrava aquele sorriso quando recebia logo cedo as " doações de legumes" que levávamos de casa para incrementar a sopa. Da porta da copa, ela ficava observando os alunos passarem para o pátio, caminhando naquela longa fila, até chegar cada um ao seu lugar e receber os pratinhos de sopa, quentinhos e saborosos. Posso fechar os olhos e sentir o sabor até hoje! Humm!

Sopa de carne com legumes na panela de barro - Mary



Não é de hoje que gosto de fazer experimentos culinários... Quando eu era criança adorava brincar de bonecas, ou melhor, de casinha de bonecas... Só que eu tive o privilégio de ter uma casinha embaixo de um pé de carambola... Isso mesmo! Uma casinha de folhas de bananeira, que foi construída por Seu Manoel, o pai da minha amiga, Mary. 
O melhor é que, aos sábados, nossa casinha de bonecas funcionava por completo; tinha até comidinha de verdade. Eu e Mary fazíamos uma "big" sopa de carne com legumes na panela de barro.... Uma delícia! 
De longe já se via a fumaça no ar, sinal de que a brincadeira já tinha começado. Mas nada se comparava ao prazer de saborear aquela maravilhosa sopa feita por nós.

Tanajura - Mary, Salete, Guiomar



Não sei se hoje eu teria coragem para comer aquelas amigas formiguinhas voadoras outra vez. Posso garantir uma coisa: as tanajuras são muito saborosas. Mas a melhor parte era mesmo a algazarra que a garotada do meu bairro fazia quando as tanajuras apareciam.
Não me lembro muito bem, mas tenho a impressão que o aparecimento delas está ligado a um período chuvoso, seguido de fortes trovoadas. De repente elas começavam a sair dos formigueiros e saiam voando, voando. A garotada então se preparava com galhos de mato e saía correndo atrás delas, até alcançá-las com o galho e então colocá-las num recipiente ou saco plástico. E eu tava nesse meio!
"Cai, cai, tanajura, tua mãe tá na gordura!"  Essa era a cantiga da garotada.
Depois de pegar várias dessas formiguinhas, era a hora de levá-las para a panela. Tirando o ferrão, as asinhas e as perninhas, ficavam apenas duas bolinhas grudadas: a cabeça e o bumbum. Um pouquinho de óleo para fritar e o cheiro das tanajuras ia longe!  Desde muito longe é fácil saber que tem tanajura na panela. 
Meu pai não permitia que eu comesse essa iguaria, por isso todo esse preparo era feito lá na casa do seu Manoel, pai de Mary, minha vizinha. Lá mesmo no fogão à lenha, as bichinhas eram fritas e, em seguida, eram degustadas por nós, com farofinha crocante ao finalzinho da tarde.
Você consegue imaginar isso?
Ao chegar em casa, eu tinha que ir correndo tomar banho, escovar bem os dentes para apagar qualquer rastro do cheiro das tanajuras, porque se meu pai descobrisse ... era bronca na certa!
Recentemente vi um noticiário na televisão falando sobre um prato exótico... e qual não foi a minha surpresa: tanajura!  Será que essa moda pega?


Uva passa - barraca de Luciano


Até hoje adoro comer uva passa, porém isso também teve origem lá na minha infância .... Me faz lembrar uma festinha de rua que havia na cidade onde eu morava ( Moreno, Pernambuco). No final de cada ano, próximo ao Natal, um trecho da rua principal da cidade, a Av. Dr. Sofronio Portela ficava interditada para veículos e apenas pedestres podiam transitar. A rua ficava tomada de gente, andando pra lá e pra cá. Nessas festinhas de rua podiam ser vistas as apresentações de mamulengos, bumba-meu-boi, ciranda e tinha também parquinhos infantis: roda gigante, carrossel, botes, cavalinhos. Como não poderia ser diferente, tinha também barraquinhas vendendo guloseimas: pipoca, cachorro-quente, pastel, maçã do amor, sorvete, etc. Bem no meio da avenida, em frente ao mercado publico, lá estava a barraquinha de Luciano, um velho amigo do meu irmão. Nessa barraquinha vendiam-se: balas, bombons, chocolate, refrigerante, e... tchan, tcham, tchan, tchan, lá estavam umas caixinhas vermelhinhas empilhadas em forma de pirâmide...eram as caixinhas de uva passa! Meu pai sempre me dava um dinheirinho para eu comprar coisinhas nessa festa, e eu sempre guardava umas moedinhas para, no fim da festa, antes de voltar para casa, comprar umas caixinhas de uva passa.  Eu voltava pra casa devagarinho, andando e comendo as uvas até chegar em casa! Que delícia!



Abiu - do quintal de Seu Manoel


Gente do céu! Essa frutinha é o que há! Doce e muito saborosa! Abiu é o fruto do abieiro.Se você nunca ouviu falar, dá só uma olhadinha nesse link aqui. Eu simplesmente adooooro essa fruta! È de comer rezando! Tinha um pé de abiu no quintal do vizinho da casa dos meus pais. A árvore ficava bem juntinho ao muro lá de casa. Aí, eu não podia ver uma "bolinha" daquelas começar a amarelar, que já estava com água na boca e uma varinha na mão (pra derrubar a frutinha, claro!). Seu Manoel, o vizinho, era já um senhor de seus 60 e poucos anos. Tinha um jeito rude, vida muito simples, mas um coração bondoso. Ele era viúvo e morava com a filha, que tinha mais ou menos a minha idade. A casinha dele era de taipa (barro) e lá não tinha energia elétrica e o fogão à lenha. Eu adorava aquele lugar. Seu Manoel gostava de contar histórias e me presentear com os frutos do seu quintal, que era quase um sítio; tinha muitas árvores e frutos: jambo, jaca, manga, carambola, araçá, ABIU, maracujá, caju, goiaba, cana caiana e outras que nem lembro agora. Ele sempre reservava uns frutinhos (no caso, abiu) pra mim, o problema é que eu não tinha muita paciência de esperar, e então cometia essas peraltices, na calada da noite, junto com minha amiga Mary, que por sinal é a filha de Seu Manoel. Ah!,Quando ele ouvia o barulho da varinha destruindo galhos da árvore e derrubando uma porção de frutas verdes ele ficava muito bravo. Bota bravo nisso! E nós duas, claro, saíamos em disparada. Pernas pra que te quero! kkkk



E aí? Gostou desse passeio?

Tenho certeza que abriram-se algumas gavetinhas aí na sua memória e você deve ter algum bom sabor da sua infância para compartilhar aqui no blog. Pois bem! Sinta-se à vontade! 
Utilize a caixinha de comentários e conte pra mim uma boa lembrança ou qual o melhor sabor da sua infância! Vou gostar muito de saber, viu?







Pra celebrar esse momento, que tal ouvir:

Grande abraço!




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19 comentários:

  1. Guaraná Fratelli vita,fez lembrar meus tempos de colegio.

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  2. andreia monteiro21/01/2013, 09:11

    amiga, ha que lembranças maravilhosas tive agora,as da tanajura foi demais... eu, minha irma e primos passavamos as tardes atras dessas danadinhas ,comir demais,e com cuscus kkkk
    boms tempos!!!!!
    amei

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    1. Legal lembrar dessas coisas, né Deinha? A gente volta a ser criança outra vez ... Beijão pra vc!

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  3. E. R. Pires - Teresina - PI29/01/2013, 20:44

    Detinha, Não tem como lê esse maravilhoso texto e não ser automaticamente remetido à nossa infãncia...
    Chupar cana, caçar goiabas e pitombas, etc, nas quebradas eram tarefas de prazer inigualável.
    Esse artigo mostra também que você viveu intensamente sua infância, e isso hoje explica a pessoa equilibrada em todos os sentidos que é você.
    Adoro tudo que vc escreve, e espero em breve seu primeiro livro. Sei que isso certamente já está nos seus planos.
    Vá em frente. Um Grande abraço!

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    1. Realmente, Pires, tive uma infância maravilhosa. Não brinquei tanto na rua quanto gostaria (hahahaha), mas acho que me diverti o suficiente. Morar numa cidade pequena também ajudou bastante,pois as rotinas eram muito saudáveis, sem esquecer que tive amigas de infância, que foram companheiras de verdade, sem contar que nossas brincadeiras variavam tanto quanto nosa imaginação(hahahaha). A você, amigo, obrigada pelas palavras de carinho e incentivo. Grande abraço!

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  4. Ovo a la Coque... Me lembra muito meu padrasto. Ele sempre pedia p minha mãe fazer p mim toda manhã. No início não gostei muito, mas depois de uma encrementada com muito amor da minha mãe, até que ficava uma d-e-l-í-c-i-a!!

    Tia, você é mesmo encantadora. Parabéns por ser uma bruxinha tão criativa e tão DOCE com todo mundo!!

    Beijos,
    Débora

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    1. Débora, engraçado como essas coisas marcam a nossa vida, não é? E veja que a lembrança vem completinha: com carinho, sabor, cheiro,cor e amor... Isso é tudo de bom! Fico feliz que você tenha feito mais essa viagem junto comigo. Pode vir mais vezes que viajaremos mais e mais, viu? Beijão pra você, querida!

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  5. Obrigada por passar pelo meu espaço. Vim conhecer o teu e gostei muito. Grande abraço!!

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    1. Obrigada, Malu! Fico feliz que você tenha gostado! Obrigada por registrar o seu recadinho. Até breve! Abraços!

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  6. Quanta coisa ,me levou a minha infância,só não comi tanajura nem o ovo ,mas o resto comia quando criança.
    http://blogdonadecasatambemsearruma.blogspot.com.br/
    http://deusguianossospassos.blogspot.com.br/

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    1. Bom saber disso! kkkkk Volte sempre que quiser! Abraços.

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    2. Gostei muito do seu blog...vou te seguir tb! Afinal, é muito isso mesmo: dona de casa também se arruma ! kkkk

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  7. Amei tudo que escrevesse, retratou maravilhosamente bem tudo que foi vivido naqueles tempos. Parece que estava vendo cada pedacinho daquele chão. Conheci tudo, a cana caiana, a goiabeira, o bar, a garagem da tua casa, a barraca... quanta saudade!!!!

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    1. Isso mesmo Carminha! Fui relembrando e escrevendo ... Um delicioso passeio pelo rua do jardim .... bjs! Obrigada pela visita!

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  8. Olá, Ildete!
    Perdoe a intromissão, mas o alegre fato é que "pesquei" teu Blog lá na minha página, corri para conhecer e já estou "enfeitiçado" pelo teu dinamismo e simpatia. Sou um poetinha à antiga, é bem verdade, mas meu Blog está à sua inteira disposição...
    Apareça lá, pois já a estou seguindo de perto, bruxinha do bem!

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    1. Obrigada, Acir! Que bom que você gostou dos meus "feitiços do bem"! hahahaha Afinal, esse é o grande barato de tudo isso: encontrar novos amigos ao espalhar feitiços do bem por aí... Volte sempre que quiser. Visitarei o seu blog, sim, com maior prazer1q Abraços

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  9. Detinha boa tarde ,li atravez de Ione e suas recordações achei linda e emocionante, lembro de ir brincar em frente de sua casa a noite, pega-pegou, barra bandeira ,queimado,lendo suas lembracas também visitei o passado ,tempos bons e inesquecíveis ,que Deus continue te abençoando com saúde e a paz de Jesus Cristo ,felicidades sempre

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    1. Olá! Boa noite pra você, que me deixou um recadinho tão carinhoso e me deixou curiosa pra saber o seu nome! kkkk Tive a grata surpresa de reencontrar Ione e Inalda nesses últimos dias, mesmo que virtualmente. Era um desejo antigo e foi maravilhoso partilhar essas memórias com elas. Todas essas lembranças de infância tem muito a ver com os momentos que vivemos, assim como esses que você citou. Fico feliz´por você ter "viajado ao passado" junto comigo! Que venha me visitar mais vezes e não esqueça de deixar o seu nome. Obrigada e grande abraço pra você!

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